terça-feira, 17 de setembro de 2013

O Cristo e a Fé

Joandre Oliveira Melo



Cravado no alto da serra,
A alterosa estátua do Nazareno. Braços abertos sobre a cidade,
Parece querer abraçar nossa terra.
Busca tanger com as pontas dos dedos cada extremidade.

Em relevo o coração salta do peito.
Quis o corpo branco pela cal,
Tingindo-o como o mais algodoal.
Concreção da fé de um povo: devoção e respeito.

É homem, é Deus, é o filho de Maria.
Teu vulto ergue-se por sobre as cabeças dos Pará-Minenses, silenciosamente.
Pousa teu olhar pela outrora pradaria,
Que agora é berço do progresso de nossa gente.

Brava gente, por estas bandas, labora com afinco.
Muitos outros filhos teus, aguardam o volver de teu olhar, além dos arrabaldes da nossa cidade.
Suplicamos, pois, ó Cristo justo, não desvia do Pará o teu olhar cheio de bondade.
Também não esqueça os pobres citadinos, artesãos de tão belo obelisco.

Mova teus olhos divinos,
Aos homens, mulheres e crianças que essa terra gerou.
E, Tu, no alto do morro, a cada um abençoou

sábado, 24 de agosto de 2013

Viajar pela leitura

Clarice Pacheco

Viajar pela leitura
sem rumo, sem intenção.
Só para viver a aventura
que é ter um livro nas mãos.
É uma pena que só saiba disso
quem gosta de ler.
Experimente!
Assim sem compromisso,
você vai me entender.
Mergulhe de cabeça 
na imaginação!

domingo, 18 de agosto de 2013

Cortar o tempo

Carlos Drummond de Andrade

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente

domingo, 28 de abril de 2013

Eu é que pergunto para a caneta

Gabriel O Pensador 
Minha alma quando escreve
Tem a consciência leve
A caneta não faz greve
A caneta é que me leva

Ao planeta mais distante
A luneta mais possante
Malagueta mais picante
É a caneta quando escreve

Feito nave me transporta
Vira chave, abre a porta
Cerra grade, quebra, entorta
Sua tinta me liberta.

sábado, 30 de março de 2013

O Relógio


Cassiano Ricardo
Diante de coisa tão doida
Conservemo-nos serenos

Cada minuto da vida
Nunca é mais,é sempre menos

Ser é apenas uma face
Do não ser,e não do ser

Desde o instante em que se nasce
Já se começa a morrer

sexta-feira, 22 de março de 2013

Ismália


Alphonsus de Guimaraens
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...


As Pombas


raimundo correia
Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
Das pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sangüinea e fresca a madrugada.

E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais, de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...

Também dos corações onde abotoam
Os sonhos, um a um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais.


quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Se Quiser


Se quiser cantar
Não deixe o medo te parar,
Seja você, cante
E vai arrasar.

Se quiser dançar
Não tenha vergonha
Dance ate cansar.

Se errar,
Saiba que é humano
E não deixe isso te parar.

Se quiser realizar seus sonhos
Não desista
E irá suas metas alcançar.

Para ser feliz
Com os outros não se deve preocupar
Seja sempre você mesmo
E lute pelo que desejar.